Feliz 2016

Diz a história que a família estava reunida na noite da virada do ano e os pais resolveram fazer uma brincadeira com os filhos. Pediram a eles que usassem a imaginação e pensassem em um desejo. Aquele que pensasse em algo que melhor se ajustasse ao espírito de confraternização daquela data ganharia um presente especial.

Depois de pensar um pouco, o primeiro filho falou que desejaria que seus pais tivessem plena consciência de que foram capazes de criar uma família extraordinária. O segundo filho emendou dizendo que desejaria que ele e seus irmãos fossem capazes de retribuir aos pais tudo o que estes já lhes tinham proporcionado. O terceiro filho desejou que a família esteja sempre unida, não importa o que venha a acontecer. O quarto não teve dúvidas, desejou que os seus irmãos tenham os seus desejos atendidos … e ganhou o prêmio.

Moral da história: Não hesite em fazer dos desejos dos outros os seus próprios desejos; todos ganharão com isso.

Feliz 2016!

Uma longa viagem

Assisti recentemente o filme “Uma longa viagem” (The railway man), baseado na história real de um militar inglês, Eric Lomax, que foi preso e torturado por soldados japoneses durante a Segunda Grande Guerra. No filme, o intérprete de Eric Lomax declama um poema de autoria do próprio Lomax, que eu reproduzo abaixo. Faço isto porque acho que o poema, por uma razão que não sei explicar exatamente, deveria fazer parte deste blog.

The clock of man (by Eric Lomax)

In the beginning of time

The clock struck one

Then dropped the dew

And the clock struck two

From the dew grew a tree

And the clock struck three

The tree made a door

And the clock struck four

Then man came alive

And the clock struck five

Count not

Waste not

The hours on the clock

Behold I stand

At the door and knock

Tradução livre:

O relógio do homem (por Eric Lomax)

No começo dos tempos

O relógio bateu uma

Então o orvalho caiu

E o relógio bateu duas

Do orvalho cresceu uma árvore

E o relógio bateu três

A árvore fez uma porta

E o relógio bateu quatro

Então o homem veio à vida

E o relógio bateu cinco

Não conte

Não desperdice

As horas do relógio

Eis que estou

À porta a bater

Pensando bem, acho que reproduzi o poema por que ele retrata poeticamente: a marcação indelével do tempo, a evolução do universo, o surgimento do homem, a natureza humana numa espera incansável por um encontro, a inevitabilidade do encontro.

Ou simplesmente pela beleza dos versos.

É ou não é verdade?

Depois de escrever mais de 200 artigos neste blog e de mudar de opinião sobre os temas abordados inúmeras vezes, resolvi fazer um resumo das conclusões a que cheguei, das quais acho que poucas pessoas irão discordar. As conclusões estão separadas por tema abordado.

– Sobre as leis da natureza:

As leis da natureza não podem ser desobedecidas. A pena para isso é a busca de uma nova teoria.

– Sobre vida após a morte:

Não importa se existe ou não vida após a morte; em qualquer caso só existirão os vivos.

– Sobre criadores e criaturas:

A criatura transforma-se no criador quando começa a cometer os mesmos erros dele.

– Sobre a passagem do tempo:

Procurar entender a passagem do tempo é a maneira mais fácil de desperdiçá-lo.

– Sobre os seres alienígenas:

Os ETs não dão as caras aqui pela mesma razão por que não os visitamos: não sabem o endereço.

– Sobre a natureza humana:

Esperar que uma campanha contra a criminalidade tenha sucesso é o mesmo que esperar que uma pessoa inconsciente entenda o que você está falando.

– Sobre o livre-arbítrio:

O livre-arbítrio só existe quando praticamos boas ações.

– Sobre a mente:

A mente humana fez do Homo sapiens a espécie dominante. Pelo menos é nisso que ela nos faz acreditar.

– Sobre a evolução das espécies:

A evolução foi generosa com o Homo sapiens não permitindo que ele perceba os próprios erros.

– Sobre inteligência artificial:

Um conselho aos técnicos em inteligência artificial: as máquinas só terão sucesso quando pararem de imitar a nossa inteligência.

– Sobre o sentido da vida:

O sentido da vida é viver, isto é, postergar a morte. Se você falhar nessa empreitada, console-se, não estará sozinho.

Se vocês conseguiram tirar outras conclusões de meus textos, por favor avisem-me.

5o aniversário do blog

O Blog do Caco em números (modestos)

Hoje faz 5 anos que escrevi o primeiro texto “Sobre criadores e criaturas” em que eu descrevia a natureza dos assuntos que iria abordar neste blog. Muita coisa mudou desde então, mas o alvo principal dos posts continua sendo as questões intrigantes levantadas – e nem sempre resolvidas – pela ciência, em sua trajetória para explicar a natureza e o ser humano dentro dela. Incluem-se as questões que estão na fronteira entre ciência e religião, visto que o blog trata não só de criaturas mas, também, de criadores. Ao tratar dessas questões tenho usado tanto o recurso da reflexão sobre temas da nossa realidade quanto o da imaginação, na forma de histórias de ficção, e sempre espero que o leitor consiga facilmente distinguir entre uma coisa e outra e não acabe levando a sério alguma história maluca que eu tenha escrito ou venha a escrever.

Os textos escritos nos dois primeiros anos foram reunidos num livro em formato digital, publicado pela Amazon.com.br, de título “Universo: achados e perdidos”. Não sei, ainda, se vou dar o mesmo destino aos textos mais recentes; talvez não. Afinal, o livro publicado não chegou a ser um best-seller, o que não me anima a publicar outro (rs).

Nesse período de existência do blog, o número de acessos e comentários sobre os posts foi bastante modesto. Consolo-me com o fato de que não tenho feito nenhuma divulgação intensiva dele, não tenho usado a rede social para atingir os amigos dos amigos … dos amigos e, mesmo tratando-se dos amigos, não tenho insistido muito em avisá-los sobre novos posts para não importuná-los com insistentes pedidos para ler o que eles nem sempre estão interessados em ler. Vez ou outra envio um e-mail a eles quando escrevo algo que acho que vale a pena divulgar. Estão nessa lista cerca de 160 pessoas.

Pois bem, com essa estratégia tímida de divulgação, os números que consegui nesses 5 anos foram:

  • 190 posts publicados (em média, 1 a cada 10 dias)
  • Número de visitas: 14.328
  • Número de comentários: 412 (média de 2 comentários por post)
  • Número de seguidores: 22 (pessoas ou sites que recebem automaticamente cada novo post publicado)
  • Número de países de onde se originaram as visitas: 41 (a maioria caiu de paraquedas)

Em resumo, o blog recebe, em média, 7 a 8 visitas por dia. É bom lembrar que parte delas são visitas acidentais de internautas que foram ali levados por pesquisas na internet e acabaram não achando o que procuravam. Mas não importa, são visitas que os outros blogs mais populares também contam como medida de desempenho.

Eu poderia dizer que não estou muito preocupado com esses números pois o blog, para mim, é como se fosse um diário: o maior interessado no que está nele registrado é o seu próprio autor, que estaria disposto a compartilhar o seu conteúdo apenas com um seleto grupo de amigos. Mas eu estaria mentindo se não admitisse que gosto de receber qualquer visitante disposto a compartilhar e discutir um assunto ou simplesmente ler um post. Em especial, ficarei muito feliz se conseguir entreter os filhos e netos dos leitores com as minhas histórias infantis. (É o sentimento de avô tomando o comando.)

Finalmente quero falar sobre os textos mais acessados. O campeão deles, para minha decepção, foi “Sobre o Homo connectus”, com 384 acessos. Por que a decepção? Porque não se trata de um texto normal, mas de um comentário curto sobre um texto do jornalista Roberto Pompeu de Toledo, publicado na revista VEJA tempos atrás. A razão do grande número de acessos, certamente, foi a pesquisa na internet que mencionei acima, o que reflete a popularidade do autor do texto original e da revista. A lista dos dez posts mais acessados é a seguinte (número de acessos):

  1. Sobre o Homo connectus (384)
  2. Deus é brasileiro (270)
  3. A grande história da evolução (219)
  4. Quem está no topo da cadeia evolutiva? (199)
  5. Por que as mulheres são misteriosas? (175)
  6. Explicando a passagem do tempo (167)
  7. Os robôs e a ética (160)
  8. Dinossauro no palheiro (157)
  9. Vida após a morte (148)
  10. Betelgeuse (135)

Nesta data em que o Blog do Caco completa 5 anos de idade quero agradecer aos amigos que me incentivaram e continuam incentivando a tocar adiante o blog e espero ter bom-senso e imaginação suficientes para escrever mais textos para compartilhar com esse grupo especial de pessoas.

Até breve! Feliz 2015!