O ciclo da vida

         “Não leve a vida tão a sério!” foi a recomendação que segui ao escrever as três recentes histórias sobre esse fenômeno chamado vida. Nelas não há qualquer preocupação com o limite entre o possível e o impossível e, por esta razão, os textos só poderiam ter sido classificados como ficção científica. Em “Catálogo messier” a história trata do fim e do começo da vida; em “Construindo um campeão”, ela trata da sua evolução; e, em “Betelgeuse”, a trama mostra como a vida pode se espalhar pelo universo.

         Os textos foram postados numa sequência diferente da relatada acima mas, a rigor, eles não admitem nenhuma sequência lógica porque um deles sobrepõe o fim e o início da vida e os outros dois tratam de episódios que podem acontecer simultaneamente. As histórias poderiam ser entendidas como parte de um ciclo, o ciclo da vida. O curioso é que quando escrevi cada um deles eu não me dei conta de que estava falando somente sobre o tema da vida e muito menos sob essa perspectiva de encaixá-los num ciclo. Foi tudo obra do acaso.

         A vida presta-se mais a ser vivida do que ser contada, rotulada ou estudada. Mas, felizmente, a ciência não acredita nisso e, por esta razão, hoje entendemos muito mais sobre a vida do que imaginávamos entender antes de Darwin. Mesmo assim, ainda existem mistérios. Não temos nenhuma pista sobre como ela começou e não sabemos se somos (incluindo nossos parceiros de outras espécies) os únicos seres vivos no universo. Este último aspecto tem até um ramo da ciência a ele dedicado: a exobiologia.

         O lado positivo dessa ignorância é que ela permite muita especulação e gera temas para novas histórias de ficção. Fico imaginando que outros temas poderiam ser acrescentados no ciclo da vida. Um eterno candidato é o do encontro com vidas alienígenas. O outro, mais metafísico, é o da vida após a morte. Por que não, também, o da vida antes do nascimento? Neste assunto, o céu é o limite.

2 comentários sobre “O ciclo da vida

  1. Caco, como sou curioso sobre a vida humana e suas condições, em recente texto que introduz um livro meu que está no prelo, percebo que à humanidade parece ter sido concedido alguns benefícios que não a torna nem melhor e nem pior, mas sim diferente das demais espécies, porém esses benefícios parecem terem sido codificados de forma secreta e inviolável. A própria vida se constitui no maior dos segredos e por mais que possamos compreendê-la e aperfeiçoá-la, talvez jamais ela se revele completamente em seu princípio ou fim: de onde viemos e para onde vamos? Não sei se chegaremos a alguma resposta. Por enquanto o que me parece fazer algum sentido são as dúvidas, questões da caminhada. Vamos continuar especulando!!!

    • Caro Paul, Parabéns pelo livro. Fique à vontade para dizer o nome do livro e quando ele será lançado. São poucos os leitores deste blog, mas são todos de qualidade. Gostei do seu comentário. Um grande abraço. Caco

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